UM PEDACINHO DA NOSSA HISTÓRIA

Eu escrevo no blog as minhas experiências como esposa. Eu não sou nenhuma especialista... Afinal, ainda não inventaram uma faculdade ou pós graduação com esse tema, né? Mostro apenas meu ponto de vista, e é impossível dissociar a minha maneira de enxergar o casamento, daquilo que eu acredito. Nossas crenças moldam nossa essência e a minha receita pra um casamento bem sucedido é seguir o Manual do Fabricante - a Bíblia Sagrada. Já ouvi coisas do tipo: "Nossa, você acredita nesse livro machista?". Com certeza esses comentários vem de pessoas que nunca leram ou pelo menos não se aprofundaram nos conhecimentos ali contidos. Se você também quer ter um casamento feliz e vem buscar aqui no Coisa de Casada uma forma de se inspirar, ou de aprender um pouquinho mais, é isso que eu tenho pra te oferecer. Vem comigo...

Há poucos dias, uma leitora me perguntou o que eu achava que ela deveria fazer em relação ao casamento dela que já dura pouco mais de vinte anos. Ela disse que já estava cansada daquela vida sem perspectivas ao lado do marido e que estava querendo sair disso e ir "viver a vida" buscando forças nela mesma. Seria isso injusto com seu marido que é um "obstinado" em ganhar dinheiro? - ela me perguntou. Segundo ela, às vezes ele não demonstra carinho... Bom, eu vou responder essa pergunta por aqui, pois acredito que possa servir para outras leitoras. 

O problema de muitas esposas hoje em dia é não conhecer seus próprios maridos. Meninas, os homens são diferentes das mulheres. Eles têm formas distintas das nossas de demonstrar carinho e cuidado com a família. Enquanto nós beijamos, abraçamos, fazemos comidinhas, respeitamos nossos maridos, eles demonstram carinho e cuidado trabalhando, fazendo de tudo pra que não falte nada dentro de casa, pra custear uma boa educação para os filhos, dando conforto pra família. É assim que muitos homens dizem "eu te amo".

Você acha que seria justo separar de um homem que trabalha demais pra cuidar da família? Se para dois está difícil levar a vida, você acha que sozinha vai ser mesmo mais fácil? O que eu acho que você tem que fazer é arregaçar as mangas e fazer o teu papel de ajudadora do teu marido. Motive ele a trabalhar, reconheça seus esforços e se preciso for, vá à luta junto com ele. Se ainda não deu pra conquistar grandes coisas, não abaixe a cabeça não! Olhe pra cima e continue na batalha. Não é fácil para a maioria dos casais conquistar a casa própria, o carro do ano, a decoração perfeita, conhecer o mundo. Mas se é difícil junto com seu marido, longe dele vai ser pior ainda. E não se iluda, pelo amor de Deus, achando que essas coisas que nos garantem uma aparente estabilidade é que são importantes. Não mesmo! Conheço mulheres que têm a casa mais bonita da cidade, bem sucedidas, que andam com roupas caras da moda, mas que ali dentro daquela estrutura toda não existe um lar. Não existe um casal que se ama, não existe uma harmonia dentro de casa e nem mesmo respeito. O amor deve ser seu bem maior. O resto é o resto. A gente vai correndo atrás! JUNTOS!

Eu e o marido já passamos por umas muitas poucas e boas nesse sentido. Eu já escrevia esse blog há muito tempo quando passamos por um problema bem difícil. Tínhamos um ano e pouquinho de casados quando compramos a nossa primeira casa. Foi uma luta pra comprar. Com certeza foi o nosso pior período financeiro e ainda assim Deus nos deu esse presente. Ele nos deu a CORAGEM de comprar uma casa pela fé. Era em outro estado, nós não tínhamos a menor condição financeira de fazer uma mudança e levar o pouco que tínhamos pra casa nova. Mas sabíamos que o amor não faltaria ali dentro. Compramos uma casinha pequena, um sobradinho bem modesto, mas com um terreno bem grandão. Tínhamos esperanças de construir nosso castelinho ali. Durante nove meses, moramos ali naquela casa decorada com uma geladeira, um fogão e uma cama. Só isso mesmo! Na verdade, no primeiro mês de mudança nem cama tinha na casa. Dormíamos em colchonetes emprestados, o banho era gelado pois não tínhamos dinheiro pra  terminar a instalação elétrica, etc. Muitos amigos próximos conhecem essa história e eles não acreditam que eu lavava a roupa do marido, de quase dois metros de altura, com as minhas próprias mãos. Só que não era apenas isso... eu lavava numa bacia, agaixadinha em um dos banheiros, pois a casa estava em construção e ainda não tinha uma área de serviço com tanque pra que eu pudesse ter um pouquinho mais de conforto. O marido ficava com o coração partido de ver aquilo, mas a gente ainda não podia ter mais do que isso. Era o que Deus tinha para nós naquela época e eu nunca reclamei! Mantinha meu marido cheiroso e alinhado, e as minhas unhas sempre feitas - porque a gente passa por luta, mas passa toda bonita!

Essa época de vacas magras e histórias que vocês nem imaginam é assunto para o livro que estamos escrevendo. Eu não tenho muita saudade dessa época não, eu confesso. Mas nunca faltou amor ali dentro. E isso era a coisa mais importante pra gente. Sabe aquela história de dar alguns passos pra trás só se for pra dar impulso? Então... Na época foi pesado passar por isso, ainda mais porque eu falava de decoração aqui no blog e a gente que é mulher, sonha mesmo com o nosso cantinho bem aconchegante. Mas temos que aprender a aceitar o que Deus tem pra nós, pois Ele só tem o melhor! Se estamos passando por algum tipo de privação, é para aprendermos algo. Encare de maneira positiva, dando valor às pequenas coisas. Foi bom ter só uma geladeira, um fogão e uma cama... era tudo simples, mas novinho, eu achava lindo. A casa ficava boa de limpar, sem nenhum obstáculo, rsrs! E Deus via no meu coração que eu era grata por aquilo. Eu tava na MINHA casa! E Deus foi nos moldando e mostrando que para sermos merecedores de algo mais, primeiro deveríamos aprender a ver felicidade plena no pouco. 

Nove meses depois, a nossa vida começou a mudar. As coisas foram tomando rumos diferentes e acabamos precisando voltar pra Minas. Encontramos um inquilino, alugamos nossa casinha e voltamos pra terra do pão de queijo. Passamos uns quatro meses desempregados aqui. Foi um período de provações, mas no nosso amor, nada mudava. O marido quase ficou doido, pois ele é trabalhador e queria poder me dar uma vida melhor, mas não conseguia uma chance. Entregava currículo em todo lugar, as pessoas elogiavam muito o currículo dele e diziam que não havia vaga pro "nível" dele. Qualquer coisa tava valendo, mas ele era "muito bom", tão bom que não tinha vaga. Foi punk! Mas mesmo assim o nosso coração era grato a Deus, pois sabíamos que Ele estava no controle. Depois desses quatro meses "no deserto" Deus abriu uma portona pra gente. Começamos a trabalhar juntos numa empresa (fomos contratados na mesma empresa, e no mesmo departamento!). Na entrevista, o diretor disse que talvez nós dois juntos ganharíamos uns dois ou três salários. Nossos olhinhos brilhavam, não tínhamos nada de salário até então... Mas não era ele que estava nos dando aquela oportunidade, era Deus! E logo nós aprendemos tudo ali e viramos os melhores vendedores. Eu estava com o marido, encorajando a fazer coisas novas, correndo atrás dos clientes, trabalhávamos sem pensar em carga horária (já chegamos a trabalhar 14h por dia). Não havia feriado, sábado nem domingo. Trabalhamos mesmo! No primeiro mês batemos o recorde histórico de vendas e já recebemos o esperado pra um ano inteiro. E aí a nossa vida começou a melhorar. Foi como uma aprovação da parte de Deus. O nosso amor? Continuou igualzinho, sempre em crescimento, independente do quanto havia na carteira! 

Hoje temos a nossa própria empresa, e continuamos na batalha. Unidos, trabalhando juntos pra chegarmos no nosso alvo. E o coração cheio de alegria, coragem e gratidão a Deus.

O que eu quero mostrar com toda essa falação (e ó que eu resumi beeeem), é que Deus se alegra em ver um coração grato, mesmo quando Ele tem nos dado pouco. Talvez você não esteja conseguindo sair do lugar pois em vez de gratidão, só murmuração tem saído da sua boca. Quem murmura perde a bênção, pois o amor de Deus é um amor disciplinador. Ele deseja muito mais do que nos abençoar. Ele quer moldar o nosso caráter e nos dar experiências gratificantes.

Vamos ser mais unidas aos nossos maridos. Compreender que eles demonstram carinho trabalhando, cuidando pra que não nos falte nada. Vamos parar de murmurar e passar a enxergar o tanto de coisa boa que tem dentro da nossa casa. Se você come todos os dias, você já tem mais do que muita gente nesse mundão. Vamos aceitar com alegria o que Deus tem nos dado, pois isso abre as portas pra recebermos coisas maiores. Valorize o que deve ser valorizado, o seu LAR! 

Marido é um vencedor! Já falava isso pra ele desde as vacas magrelinhas! ♥